Apesar de a obesidade acometer os dois sexos de maneira parecida, as mulheres são maioria no procedimento para perda de peso
Apesar de o índice de obesidade ser semelhante entre mulheres (19,6%) e homens (18,1%), de acordo com o último relatório VIGITEL do Ministério da Saúde, o número de mulheres que procuram por cirurgia bariátrica no Brasil é muito maior. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), dos 105.642 procedimentos realizados em 2017 no País, 75% foram em mulheres.
De acordo com o cirurgião bariátrico Admar Concon Filho, membro titular da SBCBM, que já realizou cerca de 4 mil cirurgias bariátricas, o índice de mulheres que o procuram para fazer o procedimento é ainda maior que a média nacional. “Cerca de 80% dos nossos pacientes de cirurgia bariátrica são mulheres. O que nós percebemos, no dia a dia, é que as mulheres, além de se preocuparem mais com sua saúde, também são mais corajosas na hora de fazer a cirurgia”, comenta.
O cirurgião ressalta, no entanto, que os problemas causados pela obesidade são os mesmos em homens e mulheres. “A obesidade é uma doença grave e está relacionada a muitas outras doenças, como diabetes tipo 2, hipertensão, colesterol, triglicérides, com alto risco cardiovascular”, explica. “Portanto, ela não só prejudica a qualidade de vida do paciente como também reduz sua expectativa de vida”, destaca.
Mas, de acordo com o cirurgião, não é qualquer pessoa obesa que pode ser submetida a uma cirurgia bariátrica. “Nós seguimos um protocolo internacional para a indicação deste procedimento. O paciente precisa ter IMC acima de 40 ou IMC de 35 a 40, mas, neste caso, com doenças causadas pela obesidade.
Além disso, precisa comprovar que já tentou, por pelo menos dois anos, emagrecer com outros tipos de tratamento. Fora isso, é necessário o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, formada pelo cirurgião, nutricionista, endocrinologista e psicólogo, entre outros”, diz.
De acordo com a SBCBM, o Brasil tem 4,9 milhões de pessoas com indicação para a cirurgia bariátrica. Deste total, 1,07 milhão estão no Estado de São Paulo. “Estima-se que apenas 2% das pessoas com indicação sejam de fato operadas. Isso acontece por vários motivos: falta de acesso, falta de informações e até por medo”, explica. “Mas hoje a cirurgia bariátrica é muito segura. Os riscos são equivalentes à retirada da vesícula ou a uma cesárea. A obesidade oferece muitos mais riscos que a cirurgia ao paciente”, compara.
Uma pessoa é considerada obesa quando seu IMC (Índice de Massa Corpórea) é superior a 30. No Brasil, há 39,2 milhões de pessoas nessa situação. Em 2006, eram 21,5 milhões. Portanto, em 10 anos, o número de obesos cresceu 60%. Já o sobrepeso (acima de IMC 25) atinge 111,7 milhões de pessoas.
A obesidade é uma doença multifatorial, com impactos clínicos, sociais e econômicos. Estima-se que de 2% a 7% de todos os gastos com saúde são destinados à prevenção ou tratamento da obesidade. No Brasil, ela chega a custar 2,4% do PIB (Produto Interno Bruto).
Sobre o cirurgião
Admar Concon Filho é cirurgião bariátrico, cirurgião do aparelho digestivo e médico endoscopista. Ele é membro titular e especialista pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, Colégio Brasileiro de Cirurgiões e Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, além de membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e membro da International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders.
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