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CFM aprova cirurgia metabólica para cura de diabetes tipo 2

O Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou semana passada a realização da cirurgia metabólica para tratamento de diabetes tipo 2 para pacientes com IMC (Índice de Massa Corporal) entre 30 Kg/m2 a 35 Kg/m2. Até então, a cirurgia só era liberada para pacientes com IMC acima de 35, que apresentassem doenças relacionadas à obesidade. A cirurgia metabólica é o mesmo procedimento da cirurgia bariátrica. A diferença é que a metabólica visa o controle do diabetes e a bariátrica, a perda de peso, com o controle de outras doenças como consequência do emagrecimento.

“Esta é uma excelente notícia porque a maior parte dos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica consegue melhorar muito, às vezes, até curar, o diabetes tipo 2. No entanto, até agora, havia uma limitação porque o procedimento só era autorizado para pessoas com IMC acima de 35”, explica o cirurgião bariátrico Admar Concon Filho. “Com certeza, muitos pacientes serão beneficiados com esta mudança”, destaca. Estima-se que 9% da população brasileira conviva com diabetes. “Calcula-se que mais de 14 milhões de pessoas possam optar por este novo tratamento, que é indicado para quem não teve sucesso com o tratamento clínico”, comenta.

De acordo com Concon, o diabetes tipo 2 está associado à obesidade, por isso as pessoas que se submetem à cirurgia, ao perder peso, têm melhora significativa da doença. “A resolução prevê que, além do IMC e da falta de resposta ao tratamento clínico, a pessoa só pode ser submetida à cirurgia metabólica se tiver pelo menos 30 anos e, no máximo, 70 anos. Também é necessário ter menos de dez anos de diagnóstico de diabetes”, explica o cirurgião.

O CFM definiu, ainda, que a cirurgia metabólica para pacientes com diabetes tipo 2 se dará, prioritariamente, por bypass gástrico com reconstrução em Y-de-Roux (BGYR). Somente em casos de contraindicação ou desvantagem da BGYR, a técnica gastrectomia vertical (GV), ou Sleeve, será a opção disponível. Nenhuma outra técnica cirúrgica é reconhecida para o tratamento desses pacientes.

De acordo com os estudos analisados para a aprovação, a cirurgia metabólica é segura e apresenta resultados positivos de curto, médio e longo prazos, diminuindo a mortalidade de origem cardiovascular, conforme demonstram estudos prospectivos pareados com mais de 20 anos de seguimento, séries de casos controlados, além de estudos randomizados e controlados.

O próximo passo é a Agência Nacional de Saúde (ANS) incluir essa nova aprovação do CFM no Rol das Diretrizes de Utilização para que convênios e seguradoras de planos de saúde passem a segui-la também.


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